03/02/2023
14:15:18
A renda fixa (ao contrário do que muitos pensam) não se trata apenas do Tesouro Direto, de CDBs, LCI ou LCA. Sabe aquela empresa listada na bolsa? Pois é, ela também emite títulos de dívida em que você pode investir (e ganhar muito dinheiro).
Sabe a Apple? Sabe o Google? Vale? Petrobras? Você não precisa nem ser investidor para conhecer essas empresas. E se eu te contar que essas empresas emitem títulos de dívida que se chamam debêntures, como uma espécie de empréstimo?
Pois é, empresas emitem títulos de dívida, e você pode comprá-los e receber um prêmio financeiro por isso. A única exceção à essas empresas são aquelas que são instituições financeiras ou de crédito imobiliário – essas não emitem as famosas debêntures.
Funciona assim: A Apple precisa de dinheiro para investir e criar o próximo IPhone, e pra isso ela tem algumas opções: pode pegar dinheiro do próprio caixa da empresa, pegar empréstimos, vender suas ações ou… emitir títulos de dívida! E essas são as debêntures.
As debêntures podem ser divididas em 7 tipos:
São debêntures que não são apenas de renda fixa, mas possuem características de renda variável pois podem ser trocadas por ações da empresa. Ao invés da empresa pagar o investidor com juros, ela pode pagar trocando aquela debênture por ações.
As simples também são conhecidas por “não conversíveis”, obviamente isso significa que elas não podem se tornar ações, ou seja, você receberá um juro no final do prazo de acordo com a oferta do investimento.
Esse tipo de debênture não é isento de imposto de renda.
As debêntures incentivadas – também chamadas de debêntures de infraestrutura – possuem isenção de imposto de renda pois são debêntures de empresas importantes para o setor público, como transporte, saneamento básico e energia.
As debêntures permutáveis são parecidas com as debêntures conversíveis, mas com uma pequena diferença: a debênture não necessariamente precisa ser trocada por ações daquela empresa emissora, nesse caso, pode também ser de outras.
Debêntures participativas podem remuneram o investidor não com ações da empresa ou juros, mas sim, com a participação nos lucros da empresa que emitiu os papéis.
Assim como o próprio nome diz, esse tipo de debênture não tem prazo de vencimento. O investidor fica recebendo juros seguindo o tempo que a empresa anteriormente definiu.
As debêntures, assim como grande parte dos investimentos em renda fixa, podem apresentar 3 modalidades de rentabilidade:
Você já sabe a taxa do rendimento na hora que compra o título;
Você não sabe quanto vai receber no final pois a rentabilidade é atrelada a um indexador, como por exemplo o CDI (Certificado de Depósito Interbancário);
Possui uma parte da sua rentabilidade pós fixada e outra prefixada.
Se você quer entender melhor sobre as debêntures e outros investimentos em renda fixa, dá uma olhada nesse guia básico que vai agregar demais na sua jornada como investidor:
Como possuem um risco adicional (risco de crédito das empresas), seu retorno costuma ser mais alto do que do investimento comum em renda fixa.
É importante diversificar, tanto na renda fixa como na variável, por isso, debêntures são uma boa opção para carteiras de renda fixa.
Isenção de imposto de renda (a depender do tipo de debênture).
Algumas debêntures têm prazos de vencimento muito longo e sem a possibilidade de resgatar antes do prazo.
Algumas debêntures podem alterar as condições do papel.
Não há proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)
Mesmo no mercado secundário, você pode encontrar dificuldades em vender os seus títulos.
Como disse anteriormente, as debêntures incentivadas não pagam imposto de renda, mas e as demais?
As debêntures não incentivadas precisam pagar imposto e são tributadas de acordo com a tabela regressiva do IR, ou seja, seguem a tabela a seguir:
Quanto mais tempo você fica com uma debênture, menos imposto você paga.
Se imposto de renda é uma coisa que te dá muita dor de cabeça, te recomendo assistir as nossas 13 aulas sobre declaração do imposto de renda da Finclass com dicas práticas que não vão só te ajudar a declarar o imposto de renda de forma rápida, mas também te ajudar a não ter problemas com o Leão e até mesmo economizar dinheiro.
Para escolher debênture ideal para a sua carteira de investimentos, é preciso entender o seu perfil de investidor e a sua sensibilidade ao risco.
Se você é um investidor com pouco tempo para analisar as particularidades de cada debênture, esse tipo de investimento pode não fazer sentido para você. Porém, se você quer diversificar sua carteira com esses ativos, é importante dar atenção para esses X pontos:
Como são investimentos de maior risco, é importante comparar a rentabilidade de uma debênture com títulos do Tesouro Direto.
É importante analisar a data de vencimento de um título e tomar cuidado com títulos muito longos e com pouca liquidez.
Investir nos títulos de dívida de empresas extremamente endividas e em declínio pode não ser uma boa ideia. Obviamente que a rentabilidade tende a ser maior, mas é preciso que você tome cuidado com o risco daquela empresa quebrar ou passar por uma recuperação judicial.
Ainda falando sobre o risco, você investidor precisa olhar para o rating das empresas – uma nota atribuída por agências externas ao nível do risco de crédito da empresa, considerando ela uma boa pagadora ou não.
Se você quer investir em debêntures você pode fazer por 2 formas:
Em ambos os casos, é preciso ter uma conta em corretora de valores para poder fazer o investimento.
No caso da compra direta dos títulos, basta entrar na sua corretora e procurar pela opção de debêntures na Renda Fixa e comparar os papéis disponíveis.
Já fundos de investimento ocorre a delegação da escolha das debêntures para um gestor profissional. Nesse caso, é cobrado uma taxa de administração que varia de fundo pra fundo.
E aí primos, entenderam como que funciona as debêntures? Se esse conteúdo te ajudou de alguma forma, acesse meu canal no Youtube O Primo Rico e aprenda cada vez mais sobre investimentos, finanças, ações, fundos imobiliários, renda extra e muito mais!